Aprenda os sinais de abuso infantil e como mantê-las seguras
Há muitas formas de abuso infantil. As crianças podem sofrer abuso ou negligência física, emocional ou sexual. Aprenda os sinais de abuso infantil para que possa reconhecê-los. Se você suspeitar que uma criança está sofrendo abuso, procure ajuda profissional e mantenha a criança longe do agressor.
Última revisão da página: 28 de setembro de 2023
Sobre o abuso infantil
Qualquer dano intencional ou maus-tratos a uma criança menor de 18 anos é considerado abuso infantil. O abuso infantil assume muitas formas, que muitas vezes ocorrem ao mesmo tempo.
- Abuso físico. O abuso físico infantil ocorre quando uma criança é propositalmente ferida fisicamente ou colocada em risco de ser ferida por outra pessoa.
- Abuso sexual. Abuso sexual infantil é qualquer atividade sexual com uma criança. Isso pode envolver contato sexual, como toque sexual intencional, contato oral-genital ou relação sexual. Isto também pode envolver abuso sexual de uma criança sem contato, como a exposição de uma criança a atividades sexuais ou pornografia; observar ou filmar uma criança de forma sexual; assédio sexual de uma criança; ou prostituição de uma criança, incluindo tráfico sexual.
- Abuso emocional. O abuso emocional infantil significa prejudicar a auto-estima ou o bem-estar emocional de uma criança. Inclui agressão verbal e emocional – como menosprezar ou repreender continuamente uma criança – bem como isolar, ignorar ou rejeitar uma criança.
- Abuso médico. O abuso médico infantil ocorre quando alguém dá informações falsas sobre uma doença de uma criança que requer atenção médica, colocando a criança em risco de lesões e de cuidados médicos desnecessários.
- Negligência. A negligência infantil é a falha em fornecer alimentação adequada, roupas, abrigo, condições de vida limpas, afeto, supervisão, educação ou cuidados odontológicos ou médicos.
Em muitos casos, o abuso infantil é cometido por alguém que a criança conhece e em quem confia – muitas vezes um dos pais ou outro parente. Se você suspeitar de abuso infantil, denuncie o abuso às autoridades competentes.
Sintomas
Uma criança que sofre abuso pode sentir-se culpada, envergonhada ou confusa. A criança pode ter medo de contar a alguém sobre o abuso, especialmente se o agressor for um dos pais, outro parente ou amigo da família. É por isso que é vital estar atento a sinais de alerta, como:
- Afastamento de amigos ou atividades habituais
- Mudanças no comportamento – como agressão, raiva, hostilidade ou hiperatividade – ou mudanças no desempenho escolar
- Depressão, ansiedade ou medos incomuns, ou perda repentina de autoconfiança
- Problemas de sono e pesadelos
- Uma aparente falta de supervisão
- Ausências frequentes da escola
- Comportamento rebelde ou desafiador
- Automutilação ou tentativas de suicídio
Sinais e sintomas específicos dependem do tipo de abuso e podem variar. Tenha em mente que os sinais de alerta são apenas isso – sinais de alerta. A presença de sinais de alerta não significa necessariamente que uma criança esteja sofrendo abuso.
Sinais e sintomas de abuso físico
- Lesões inexplicáveis, como hematomas, ossos quebrados (fraturas) ou queimaduras
- Lesões que não correspondem à explicação dada
- Lesões que não são compatíveis com a capacidade de desenvolvimento da criança
Sinais e sintomas de abuso sexual
- Comportamento sexual ou conhecimento impróprio para a idade da criança
- Gravidez ou infecção sexualmente transmissível
- Dor genital ou anal, sangramento ou lesão
- Declarações da criança de que ela foi abusada sexualmente
- Comportamento sexual inadequado com outras crianças
Sinais e sintomas de abuso emocional
- Desenvolvimento emocional atrasado ou inadequado
- Perda de autoconfiança ou autoestima
- Retraimento social ou perda de interesse ou entusiasmo
- Depressão
- Evitar certas situações, como recusar-se a ir à escola ou a andar de ônibus
- Parece buscar afeto desesperadamente
- Uma diminuição no desempenho escolar ou perda de interesse na escola
- Perda de habilidades de desenvolvimento previamente adquiridas
Negligenciar sinais e sintomas
- Fraco crescimento
- Peso excessivo com complicações médicas que não estão sendo tratadas adequadamente
- Má limpeza pessoal
- Falta de roupas ou suprimentos para atender às necessidades físicas
- Acumular ou roubar comida
- Mau histórico de frequência escolar
- Falta de atenção adequada para problemas médicos, dentários ou psicológicos ou falta de cuidados de acompanhamento necessários
Comportamento parental
Às vezes, o comportamento ou comportamento dos pais envia sinais de alerta sobre o abuso infantil. Os sinais de alerta incluem pais que:
- Mostra pouca preocupação com a criança
- Parece incapaz de reconhecer sofrimento físico ou emocional na criança
- Culpa a criança pelos problemas
- Menospreza ou repreende consistentemente a criança e a descreve com termos negativos, como "inútil" ou "malvado"
- Espera que a criança preste atenção e cuidado aos pais e parece ter ciúmes de outros membros da família que recebem a atenção da criança
- Usa disciplina física severa
- Exige um nível inadequado de desempenho físico ou acadêmico
- Limita severamente o contato da criança com outras pessoas
- Oferece explicações conflitantes ou pouco convincentes para os ferimentos de uma criança ou nenhuma explicação
- Traz repetidamente a criança para avaliações médicas ou solicita exames médicos, como raios X e exames laboratoriais, por preocupações não observadas durante o exame do médico
Punimento físico
Os especialistas em saúde infantil condenam o uso de qualquer forma de violência, mas algumas pessoas ainda recorrem ao castigo físico, como as palmadas, para disciplinar os seus filhos. Embora os pais e cuidadores muitas vezes utilizem o castigo físico com a intenção de ajudar os seus filhos ou de melhorar o seu comportamento, a investigação mostra que a surra está associada a um comportamento pior, e não melhor. Também está ligada a problemas de saúde mental, relacionamentos difíceis com os pais, baixa autoestima e menor desempenho acadêmico.
Qualquer punição física pode deixar cicatrizes emocionais. Os comportamentos parentais que causam dor, lesões físicas ou traumas emocionais – mesmo quando praticados em nome da disciplina – podem ser considerados abuso infantil.
Complicações
Algumas crianças superam os efeitos físicos e psicológicos do abuso infantil, especialmente aquelas com forte apoio social e capacidades de resiliência que conseguem adaptar-se e lidar com más experiências. Para muitos outros, no entanto, o abuso infantil pode resultar em problemas de saúde física, comportamental, emocional ou mental – mesmo anos mais tarde. Aqui estão alguns exemplos.
Problemas físicos
- Problemas de saúde, como doenças cardíacas, diabetes, doenças pulmonares crônicas e câncer
- Morte prematura
- Deficiências físicas
- Dificuldades de aprendizagem
- Abuso de substâncias
Problemas comportamentais
- Comportamento ilegal ou violento
- Abuso de outros
- Cancelamento
- Tentativas de suicídio ou automutilação
- Comportamentos sexuais de alto risco ou gravidez na adolescência
- Problemas na escola ou não terminar o ensino médio
- Habilidades sociais e de relacionamento limitadas
- Problemas com o trabalho ou permanecer empregado
Questões emocionais
- Baixa auto-estima
- Dificuldade em estabelecer ou manter relacionamentos
- Desafios com intimidade e confiança
- Uma visão pouco saudável da paternidade
- Incapacidade de lidar com estresse e frustrações
- Aceitação de que a violência é uma parte normal dos relacionamentos
Distúrbios de saúde mental
- Distúrbios alimentares
- Transtornos de personalidade
- Distúrbios comportamentais
- Depressão
- Transtornos de ansiedade
- Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)
- Problemas para dormir (insônia) e pesadelos
- Distúrbios de apego
Prevenção
Você pode tomar medidas importantes para proteger seu filho da exploração e do abuso infantil, bem como prevenir o abuso infantil em sua vizinhança ou comunidade. O objetivo é proporcionar relacionamentos seguros, estáveis e estimulantes para as crianças.Veja como você pode ajudar a manter as crianças seguras:
- Ofereça amor e atenção ao seu filho. Cuide e ouça seu filho e envolva-se na vida dele para desenvolver confiança e boa comunicação. Incentive seu filho a lhe contar se houver algum problema. Um ambiente familiar de apoio e redes sociais podem ajudar a melhorar os sentimentos de autoestima e valor próprio do seu filho.
- Não responda com raiva. Se você se sentir sobrecarregado ou fora de controle, faça uma pausa. Não desconte sua raiva em seu filho. Converse com seu médico ou terapeuta sobre maneiras de aprender a lidar com o estresse e interagir melhor com seu filho.
- Pense na supervisão. Não deixe uma criança sozinha em casa. Em público, fique de olho no seu filho. Seja voluntário na escola e em atividades para conhecer os adultos que convivem com seu filho. Quando tiver idade suficiente para sair sem supervisão, incentive seu filho a ficar longe de estranhos e a sair com os amigos em vez de ficar sozinho. Estabeleça como regra que seu filho lhe diga onde ele está o tempo todo. Descubra quem está supervisionando seu filho – por exemplo, em uma festa do pijama.
- Conheça os cuidadores do seu filho. Verifique referências de babás e outros cuidadores. Faça visitas irregulares, mas frequentes e sem aviso prévio para observar o que está acontecendo. Não permita substitutos para o seu prestador de cuidados infantis habitual se você não conhecer o substituto.
- Enfatize quando dizer não. Certifique-se de que seu filho entenda que ele não precisa fazer nada que pareça assustador ou desconfortável. Incentive seu filho a sair imediatamente de uma situação ameaçadora ou assustadora e procure a ajuda de um adulto de confiança. Se algo acontecer, incentive seu filho a conversar com você ou com outro adulto de confiança sobre o que aconteceu. Garanta ao seu filho que não há problema em conversar e que ele não terá problemas.
- Ensine seu filho a se manter seguro online. Coloque o computador em uma área comum da sua casa e não no quarto da criança. Use o controle dos pais para restringir os tipos de sites que seu filho pode visitar. Verifique as configurações de privacidade do seu filho em sites de redes sociais. Considere isso um sinal de alerta se seu filho mantém segredo sobre as atividades online. Cubra regras básicas on-line, como não compartilhar informações pessoais; não responder a mensagens inadequadas, ofensivas ou assustadoras; e não marcar um encontro pessoal com um contato on-line sem sua permissão. Diga ao seu filho para avisar se uma pessoa desconhecida fizer contato através de um site de rede social. Denuncie assédio online ou remetentes inadequados ao seu provedor de serviços e às autoridades locais, se necessário.
- Conheça a vizinhança. Conheça as famílias da sua vizinhança, incluindo pais e filhos. Desenvolva uma rede de familiares e amigos de apoio. Se um amigo ou vizinho parecer estar com dificuldades, ofereça-se para ser babá ou ajudar de outra forma. Considere ingressar em um grupo de apoio aos pais para ter um local apropriado para desabafar suas frustrações.
Diagnóstico
Identificar abuso ou negligência pode ser difícil. Requer uma avaliação cuidadosa da situação, incluindo a verificação de sinais físicos e comportamentais.
Os fatores que podem ser considerados na determinação do abuso infantil incluem:
- Exame físico, incluindo avaliação de lesões ou sinais e sintomas de suspeita de abuso ou negligência
- Testes de laboratório, raios-X ou outros testes
- Informações sobre o histórico médico e de desenvolvimento da criança
- Descrição ou observação do comportamento da criança
- Observar as interações entre os pais ou cuidadores e a criança
- Discussões com pais ou cuidadores
- Conversando, quando possível, com a criança
Se houver suspeita de abuso ou negligência infantil, é necessário fazer uma denúncia a uma agência local apropriada de bem-estar infantil para investigar mais detalhadamente o caso. A identificação precoce do abuso infantil pode mantê-las seguras, impedindo o abuso e prevenindo a ocorrência de abusos futuros.
Tratamento
O tratamento pode ajudar crianças e pais em situações de abuso. A primeira prioridade é garantir a segurança e a proteção das crianças vítimas de abuso. O tratamento contínuo concentra-se na prevenção de abusos futuros e na redução das consequências psicológicas e físicas a longo prazo do abuso.
Cuidados médicos
Se necessário, ajude a criança a procurar atendimento médico adequado. Procure atendimento médico imediato se uma criança apresentar sinais de lesão ou alteração de consciência. Podem ser necessários cuidados de acompanhamento com um profissional de saúde.
Psicoterapia
Conversar com um profissional de saúde mental pode:
- Ajudar uma criança que sofreu abuso a aprender a confiar novamente
- Ensinar uma criança sobre comportamento e relacionamentos saudáveis
- Ensinar uma criança a administrar conflitos e aumente a autoestima
Vários tipos diferentes de terapia podem ser eficazes, como:
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC) focada no trauma. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) focada no trauma ajuda uma criança que sofreu abuso a gerenciar melhor os sentimentos angustiantes e a lidar com as memórias relacionadas ao trauma. Eventualmente, o pai que apoia, que não abusou da criança, e a criança são vistos juntos para que a criança possa contar ao pai exatamente o que aconteceu.
- Psicoterapia pai-filho. Este tratamento concentra-se em melhorar o relacionamento entre pais e filhos e na construção de um vínculo mais forte entre os dois.
A psicoterapia também pode ajudar os pais:
- Descubrir as raízes do abuso
- Aprender maneiras eficazes de lidar com as frustrações inevitáveis da vida
- Aprender estratégias parentais saudáveis
Se a criança ainda estiver em casa, os serviços sociais podem agendar visitas domiciliárias e garantir que as necessidades essenciais, como alimentação, estão disponíveis. As crianças colocadas em lares adotivos podem precisar de serviços de saúde mental.
A BR Terapeutas é uma plataforma online que conecta pessoas com deficiência (PCD) a terapeutas especializados em atender esse público. A plataforma foi criada por uma fonoaudióloga que também é mãe atípica, que sentiu a necessidade de facilitar o acesso a serviços de saúde mental e bem-estar para pessoas com deficiência.
Referência
O tratamento envolve intervenções de diversas áreas como médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos, neuropsicopedagogos entre outros, além da orientação de pais, cuidadores, amigos etc.
Você pode encontrar terapeutas perto de você no site BR Terapeutas.